Por Siumara Gonçalves
A produção industrial do Espírito Santo foi positiva no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março, na comparação com o mesmo período do ano passado, ela cresceu 1,6% no Estado. O número supera o registrado pela indústria nacional no mesmo período, que recuou 4,5%. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-PF) foram divulgados pelo IBGE nesta semana e compilados pelo Observatório da Indústria da Findes.
De acordo com a PIM-PF, no primeiro trimestre de 2022 a indústria capixaba ficou entre os seis dos 15 locais pesquisados que tiveram resultado positivo, tendo o quarto melhor desempenho do país. A presidente da Findes, Cris Samorini, comemora o salto positivo no acumulado do ano, porém, lembra que ainda há alguns desafios a serem superados: “Entre eles amarras como falta de política pública para a indústria, tributação excessiva, burocracia e Custo Brasil. Esses são temas cruciais para tornarmos nossas indústrias mais competitivas no mercado global”.
O resultado do primeiro trimestre deste ano foi impulsionado pelo desempenho positivo da indústria de transformação, que cresceu 7,5%, tendo destaque a fabricação de alimentos (20,5%), a indústria de papel e celulose (1,9%) e o setor da metalurgia (13%). A economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, explica que, no caso dos alimentos e bebidas, houve aumento na produção de bombons e chocolates, massas, refrescos e sucos de frutas e carne bovina.
Enquanto isso, o desempenho positivo do setor de metalurgia (13%) do Estado vem na contramão do segmento em nível nacional, que recuou 4,6%. Já a indústria extrativa registrou queda (-10,8%). O resultado negativo se deve a menor produção de petróleo (-20,9%) e gás natural (-33%) no Estado, devido ao amadurecimento dos poços. A queda só não foi mais acentuada pois houve crescimento da produção de pelotas de ferro frente ao primeiro trimestre do ano passado.