
Sem uma edificação própria em que pudesse instalar um hospital de campanha no sentido de atender o eventual aumento da demanda pela rede de saúde decorrente da Covid-19, a Prefeitura de Aracruz está preparando nove leitos de retaguarda para casos menos graves na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Vila Rica, 25 na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Jacupemba e 26 no Pronto Atendimento (PA) de Barra do Riacho.
A administração municipal informou ter pedido ajuda a grandes empresas para concluir parte dos pavimentos do Centro de Especialidades Médicas, no bairro Jequitibá. Assim, o local poderia ser utilizado como abrigo de novos leitos. No entanto, ainda não houve retorno por parte das empresas.
Praticamente concluídos, os leitos de retaguarda contarão com rede de oxigênio e de ar comprimido. Assim que receberem pacientes, eles irão funcionar 24 horas, com o acompanhamento de uma equipe formada por médico (todos participaram de um curso de formação continuada sobre entubação), enfermeiro e técnico de enfermagem.
No PA de Barra do Riacho, as salas de repouso foram adaptadas como enfermarias e irão abrigar 17 leitos, sendo cinco pediátricos. Também adaptado, o auditório do local conta com outros nove leitos. A UBS de Jacupemba, por sua vez, irá abrigar 16 leitos (quatro pediátricos) nas salas de repouso e outros nove no auditório. Já em outras UBS fora da sede do município, a estratégia adotada será a oferta de kits de urgência e emergência, compostos por ventilador mecânico e acessórios de entubação.
Oferta de respiradores preocupa
No plano de contingenciamento criado pela secretaria municipal de Saúde para enfrentar a da crise do novo coronavírus, aumentar o número de respiradores é o maior desafio. Não há onde comprar novos aparelhos e a rede só possui sete deles.
Um eventual primeiro momento de surto de Covid-19 em Aracruz demandaria de 25 respiradores, de acordo com a secretaria de Saúde. Neste cenário, outro problema é que não haverá ambulâncias e profissionais suficientes para o deslocamento com segurança dos pacientes infectados.
“O grande problema desta contaminação é não termos como cuidar de todas as pessoas. Por isso, pedimos, mais uma vez, fiquem em casa, por favor, pelo menos nos próximos 14 dias, ou o sistema de saúde pública entrará em colapso. Porque a contaminação é muito rápida. A velocidade e a facilidade da contaminação é muito grande. Pra deter isso, somente o isolamento social”, reforça a secretária municipal de Saúde Clenir Avanza.